Alexandre Ank, mesatenista paraolímpico e associado da afiliada em Juiz de Fora (MG), é figura recorrente nos noticiários das competições em sua modalidade. Pelo Sistema AABB, já celebrou vitórias em inúmeras jornadas esportivas. Criando asas e alçando voos maiores, conquistou vaga na Seleção Brasileira de Tênis de Mesa e, desde então, vem construindo uma carreira madura e sólida em torneios nacionais e internacionais.
Como forma de homenagear o esportista, o quadro Tem Base!, do Jornal Tribuna de Minas, produziu um minidocumentário com entrevistas da mãe de Ank, Elizabeth Macieira Ank, e do fisioterapeuta e amigo, Jardel Trindade.
Em sua fala, dona Beth, como é conhecida, relembra o acidente do filho, aos 17 anos, após ir ao shopping com amigos para comer pizza. “O telefone tocou. Fui atender e era um policial avisando que ele tinha sofrido um acidente e que estava na Santa Casa. Nós fomos para lá de imediato e, chegando, ele já estava sendo atendido. O médico estava na função porque as costas dele ficaram retalhadas de cacos de vidro, que estavam sendo tirados”, recorda. Foram 12 dias em coma, cirurgias e acabou paraplégico. A partir daí, iriam, em família, superar os novos desafios. A fé, segundo ela, também foi o combustível para vencer as dificuldades.
A mãe recorda que o esporte sempre esteve presente na vida do filho. “Antes do acidente, o futebol era a modalidade mais praticada por Ank. Em 2003, já cadeirante, foi participar de uma competição de natação, mas não teve êxito. Na ocasião, surgiu um convite para disputar no tênis de mesa e, desde então, nunca mais abandonou a nova modalidade. Em sua primeira disputa, conquistou o terceiro lugar, e o primeiro lugar na categoria competidor iniciante”, disse.
O foco e a força de vontade do mineiro da cidade de Bicas também chamaram a atenção de Jardel: “eu era estagiário na fisioterapia. Ele me contou que teve uma luxação medular no nível T10 e no T12, da coluna torácica, e aquilo me despertou uma atenção e também me disponibilizei caso ele precisasse de algum cuidado. Foi onde iniciamos essa trajetória de conhecimento, amizade e irmandade”, contou.
De lá pra cá foram inúmeras as somas de conquistas. Em 2004, o paratleta representou a Seleção Brasileira de Tênis de Mesa e sagrou-se campeão de um torneio na Argentina, pela Classe 4. Em 2007, participou da Parapan-Americano do Rio de Janeiro, onde conquistou duas medalhas: o ouro por equipes e o bronze individual. Em 2008, realizou um de seus maiores sonhos como esportista, a participação em uma Paralimpíada, em Pequim. No Canadá, em 2015, fez bonito no Parapan de Toronto e trouxe para casa as medalhas de campeão por equipes, além do terceiro lugar individual, mesmo com uma lesão no ombro.
Mais recentemente, em 2019, foi campeão brasileiro nas categorias individual e por equipes, após participar do 53º Campeonato Brasileiro de Tênis de Mesa Interclubes, em São Paulo. Agora, Ank, recuperado de uma osteomielite no tornozelo, que o fez ficar internado durante 41 dias sem contato com os familiares por conta das normas de prevenção no combate ao coronavírus, já pensa na Paralimpíada de Paris, em 2024.
“Foi um orgulho muito grande ver a minha mãe contando sobre a minha história ao longo desses anos e lembrando de tudo que já passou ao meu lado. Sou grato por todo o apoio e incentivo. Meu amigo Jardel, que conheci, em 2006, enquanto ainda era estudante de fisioterapia, vem me ajudando muito, desde preparação para a seletiva no Pan”, discorre com alegria.
O competidor explica que, três vezes por semana, treina na afiliada mineira e, no momento, está focado na preparação para Paris e, também, em estar bem fisicamente e emocionalmente para disputar as competições que poderão surgir ao longo das próximas temporadas.
Acesse o documentário na íntegra aqui.