O anúncio dado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de uma pandemia da Covid-19, causada pelo vírus SARS-COV2, fez com que a sociedade começasse a vivenciar uma nova realidade, ou seja, o mundo mudou, aulas suspensas, pessoas trabalhando em home office, comércios fechados, uma série de cuidados com a higiene pessoal e isolamento social como jamais visto. Essas medidas adotadas para evitar a propagação do vírus, são importantes para preservar a saúde física, porém, a quarentena ou isolamento social podem impactar a saúde mental do indivíduo.
Diante desse cenário da pandemia, as pessoas vivem um momento de muita incerteza, tensão e preocupação. Dessa forma, podem desencadear reações emocionais e sintomas psicológicos, tais como medo, irritabilidade, tristeza, angústia, stress, ansiedade, culpa, sentimento de impotência e vulnerabilidade, que leva ao sofrimento psíquico e tende a manifestar-se por meio de sintomas físicos, como palpitações, dores de cabeças, tremores, agitação e cansaço. Portanto, esses sinais podem acarretar, consequentemente, ao surgimento de transtornos de ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), transtorno do pânico e depressão.
Nessa perspectiva, a adaptação a uma nova realidade faz com que a sociedade tenha impactos emocionais e psicológicos. Desse modo, torna-se imprescindível os cuidados com a saúde mental, por exemplo, estando atentos a nós mesmos, observando as emoções que sentimos e tomando medidas que ajudem a enfrentar essa fase de forma mais tranquila. Logo, é necessário aderir condutas de enfrentamentos a fim de diminuir o sofrimento psíquico causado pela pandemia, como:
Estabelecer uma rotina: planeje seus dias e organize suas atividades cumprindo horários habituais de refeições e de sono, isso auxiliará o dia a percorrer de uma forma mais organizada e tranquila.
Evitar excesso de informações: notícias o tempo todo pode gerar ansiedade. É importante saber filtrar os conteúdos, obter apenas informações necessárias para sua segurança e descartar o que te traz aflição.
Construir/Manter laços sociais: o isolamento social é a restrição de contato físico, por isso, mantenha-se conectado com seus familiares, amigos, por meios de redes sociais, videoconferência ou telefone. É necessário conversar, ouvir, compartilhar momentos, trocar experiências e conselhos com pessoas que você gosta.
Atualizar tarefas pendentes: aproveite esse momento para realizar tarefas que antes não poderia fazer, devido à falta de tempo, como organizar o seu armário, ler livros, assistir séries e filmes, faça cursos on-line e outras atividades que proporcione prazer e bem-estar.
Estabelecer um autocuidado: pratique atividades físicas adaptando-as ao ambiente domiciliar, e inclua na sua rotina diária. É necessário, também, manter uma boa alimentação, hidratação e uma rotina de sono. Lembre-se de desacelerar, cultive pensamentos positivos e pratique exercícios de respiração e meditação. Tudo isso ajudará na saúde física e mental.
Durante esse período caótico, caso considere que o stress, a tensão, a tristeza e a ansiedade estejam demasiados, intensos, não hesite em procurar ajuda de um profissional, uma vez que o Conselho Federal de Psicologia liberou os atendimentos serem realizados de forma on-line, com o objetivo de não propagar o vírus e não deixar os pacientes desassistidos. Lembre-se que é de sua inteira responsabilidade buscar auxilio para manter a saúde física e mental.
Por – Enne Paula P. de Magalhães Albergaria
Psicóloga Clinica e da Saúde com ênfase em transtorno alimentar, obesidade e cirurgia bariátrica
Membro Especialidades COESAS/SBCBM.
Especialista em Avaliação Psicológica (IPOG).
Formação em EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing)
Abordagem Sistêmica (Adolescentes e adultos, individual, casal e familiar).
CRP 01/18279
Cel: 61-986039232 E-mail: [email protected]
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